X-MEN 3
X-MEN 3: O CONFRONTO FINAL
A série X-Men sempre foi sinônimo de “blockbuster” de qualidade. O primeiro e principalmente o segundo, foram elogiados pela crítica e também acabaram arrecadando horrores nas bilheterias. Para muitos, o grande responsável por essa qualidade era a competência do diretor Bryan Singer. Sendo assim, Hollywood e os fãs ficaram ressabiados quando receberam a notícia de que Bryan Singer abandonara a franquia para dirigir o retorno do Superman. No entanto, é curioso constatar que é Brett Ratner (diretor que assumiu o lugar de Singer) que nos entrega o melhor X-Men já lançado. Verdade é que eu nunca fui grande fã dessa franquia. As aventuras mutantes nunca me cativaram como as de Peter Park ou Clark Kent, por exemplo. Talvez o motivo resida no fato de nenhum dos dois primeiros filmes ter atingido um certo grau de excelência. Esse terceiro filme também não atinge, mas chega mais próximo do que os dois primeiros.
Todos os três filmes cumprem muito bem aquilo que cada um se propõe, principalmente esse último já que é ele que possui o melhor roteiro a ser explorado. A descoberta da cura dos mutantes é um excelente ponto de partida para o filme. Dentro dele surgem diversas discussões interessante, não ignoradas pelo roteirista. Afinal, ser um mutante seria necessariamente portar uma doença? Ou mutante é apenas uma característica humana, como homossexualismo? Esta é a discussão que faz de X-Men: A Batalha Final o mais interessante deles. Afinal, no primeiro e no segundo filmes vemos batalhas povoarem as telas por motivos banais quando colocados ao lado da identidade mutante. Com isso, acaba nos passando a idéia que esse é o X-Men definitivo e que os primeiro só existiram para haver esse terceiro.
Os primeiros trunfos narrativos acontecem já nos primeiros cinco minutos. O primeiro é o flashback que mostra Magneto e Xavier ainda colegas, indo recrutar a futura Fênix. Esse flashback além de tornar a futura transformação de Jean ainda mais interessante, nos presenteia com uma cena de Magneto e Xavier ainda colegas. O segundo trunfo está no segundo flashback, quando entendemos em uma cena bastante interessante, a verdadeira importância em assumir e esconder uma identidade incomum.
No entanto, esse terceiro filme apresenta um irritante erro. Talvez na ânsia do diretor em colocar o maior número de cenas com efeitos especiais para entreter ainda mais o público jovem, esses mesmos efeitos acabam soando desnecessários. Perceba como há certa preocupação em mostrar para o espectador diversos poderes de vários personagens, o que acaba nos passando a impressão que a narrativa é em função dos efeitos e não o contrário, como deveria ser. Isso fica bastante claro no clímax, quando certo personagem destrói todo o ambiente sem nenhum pretexto que não seja mostrar para o expectador a qualidade dos efeitos especiais.
É nesse terceiro que vemos também um melhor desempenho do elenco. Hugh Jackman parece ter finalmente descoberto a essência do personagem Wolverine. Halle Berry nos entrega uma Tempestade segura e decidida, como sempre deveria ser. Já Ian McKellen se firma como o melhor ator do filme e transforma Magneto o mutante mais interessante da trupe.
Os já comentados efeitos excessivos, apesar de desnecessários, são bem feitos. Eu só não asseguro a indicação desse filme no Oscar do ano que vem nessa categoria, pois depois que a Academia cometeu a heresia ao indicar esse ano Crônicas de Nárnia na categoria de melhores efeitos especiais, eu não arrisco mais nada.
Como eu já disse, nunca fui grande fã dessa série pois nunca testemunhei um grande filme protagonizado por estes mutantes. Mas talvez, se Brett Ratner estivesse na direção desde o primeiro, a história poderia ser outra.